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Covid-19: Caminhoneiros do Oeste de SC estão parados na fronteira do Chile

Região – Cerca de dois mil caminhoneiros brasileiros, argentinos e uruguaios estão parados na fronteira da Argentina com o Chile devido à ampliação das medidas sanitárias para a entrada de motoristas estrangeiros no país, segundo informações da ABTI (Associação Brasileira de Transportes Internacionais). A medida adotada exige que os caminhoneiros apresentem testes negativos de Covid-19, o que acumula filas de motoristas em situação precária.
Entre os profissionais, centenas são do Oeste de Santa Catarina. Somente na Transportes Gral, em Chapecó, 40 motoristas estão paralisados. De acordo com o sócio proprietário da empresa, Lenoir Gral, os motoristas estão parados no local há mais de 10 dias, em situação de abandono e sem a menor estrutura.
“Não tem espaço físico e atendimento adequado aos motoristas da nossa empresa e todos os outros que estão lá à mercê do nada. Isso é absurdo. Hoje o prejuízo é incalculável para o transportador e o motorista. Ficar 10 dias em um local sem água, comida, banheiro, sujeito a assaltos. Sem contar que esse motorista tem que cuidar do produto, está longe da família e precisa produzir para ganhar. O dano psicológico é o pior”, lamentou.
Protesto exige agilidade
Gladys Vinci, diretora executiva da ABTI, afirma que cerca de mil caminhões da Argentina passam todos os dias na província de Mendoza, fronteira entre a Argentina e Chile. Em 2018, antes da pandemia do coronavírus, mais de 580 mil caminhões cruzaram a fronteira, segundo um recente estudo binacional.
A diretora avalia a medida sanitária do governo chinelo como exagerada e tem trabalhado junto à ABTI para auxiliar os motoristas. “A ABTI vem trabalhando desde que recebeu as primeiras denúncias dos motoristas em relação a esta testagem exagerada. A nossa maior preocupação foi em relação aos caminhoneiros que testaram positivo que estavam na casa sanitária porque eram eles que precisavam de atendimento médico”, frisou.
Ainda, segundo a diretora da ABTI, os motoristas não apresentam riscos em relação à propagação do coronavírus. “É um exagero de cautela, até porque a Covid-19 está em todo o local e o transporte não é o vetor. De todas as profissões, os motoristas foram os que menos contaminaram, porque o motorista trabalha sozinho em sua cabine”, disse.
Como forma de protestar contra a medida sanitária, os motoristas decidiram bloquear totalmente a entrada de caminhões que trafegam no sentido oposto, do Chile para a Argentina. O protesto é espontâneo e tem a finalidade de exigir agilidade na liberação das viagens. Apesar da mobilização, ainda não há previsão de normalizar a passagem.
Por telefone, o consulado brasileiro disse que está auxiliando os caminhoneiros e informou que a Associação Brasileira dos Caminhoneiros está fornecendo alimentação. (ND+)
 

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