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Gripe Aviária deixa em alerta o setor e estudiosos da área na Embrapa Suínos e Aves de Concórdia

SC – A produção agropecuária do Brasil está mais uma vez em estado de alerta. Desta vez o foco são aves, que estão em risco com a proximidade da influenza aviária, doença causada por subtipos de vírus altamente patogênicos.

O Ministério da Agricultura e Pecuária declarou estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional em função da detecção da infecção pelo vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) – H5N1 – em aves silvestres no Brasil.

Especialistas reforçam que, mesmo com a presença do vírus nas aves marinhas, o Brasil não afeta a condição de país livre de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade e o comércio internacional deve ser mantido. Porém, o estado de alerta deve ser mantido e as medidas devem ser reforçadas.

O alerta se deve especialmente ao impacto da doença na avicultura, tanto em termos econômicos para o País quanto, e especialmente, para pequenos avicultores.

“Se a doença chegar aos plantéis comerciais do Brasil, pode impactar significativamente a produção e a vida de produtores. A influenza aviária não é um tema específico da avicultura industrial. É um tema de toda a avicultura, porque é uma doença letal para as aves”, alerta o chefe-geral da Embrapa Suínos e Aves, Everton Krabbe.

Atualmente, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Brasil é o maior exportador de carne de frango para o mundo, atendendo 145 países. Só em 2022, o país exportou 4,822 milhões de toneladas de carne de frango. Em produção de carne de frango, o Brasil é o segundo maior no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, com 14,524 milhões de toneladas em 2022.

Então, como evitar a entrada da doença no país e proteger nossa produção e nossos avicultores?

Essa é uma das perguntas mais respondidas pelos especialistas da Embrapa Suínos e Aves nas últimas semanas. E a palavra-chave de tudo é biosseguridade, que prevê uma série de estruturas e ações que visam a proteção dos plantéis, diminuindo os riscos sanitários na granja.

Regras que valem para todos os sistemas de produção: do comercial, industrial ao colonial. “São medidas e estruturas destinadas a prevenir ou controlar a disseminação de doenças em uma propriedade ou criatório, fundamental para garantir a saúde animal e a segurança alimentar do produtor”, falou Luizinho.

As medidas

A primeira ação do produtor é a de proteção da granja, definindo os limites de acesso, que são considerados a área “suja”, a de interface e a “limpa”.

A área suja é todo o espaço fora da granja, onde o produtor tem dificuldade de controle no fluxo de pessoas, veículos, aves e outros agentes transmissores. Já a área de interface é aquela que compreende a portaria da granja e todo o perímetro em volta. É nessa área que estão também os vestiários, escritório, portão de acesso e arco de desinfecção.

A área limpa é a parte interna da granja, protegida e que o produtor consegue aplicar as normas e regras de biosseguridade.

Entre os itens de proteção estão o isolamento da área de produção, a instalação de telas antipássaro, uso de um único acesso às granjas e áreas de desinfecção e controle de visitantes, uso de água potável de qualidade livre do acesso direto ou indireto de aves e cloração da água com no mínimo 3ppm de cloro livre, manter os reservatórios bem vedados.

Pequena escala ou subsistência

As orientações de biosseguridade não são apenas para as granjas comerciais. Elas valem também para produção de pequena escala ou de subsistência, pois protegem e evitam que doenças se proliferem.

“O cuidado em pequena escala é tão ou mais importante. Pois, se uma doença afeta a produção, isso afeta o sustento e a qualidade de vida do produtor e sua família”, explica o pesquisador.

“Neste momento, a criação de aves de pequena escala deve levar em consideração todas as regras de biosseguridade e ainda observar outras, como a compra de aves somente com Guia de Trânsito Animal (GTA) e Nota Fiscal. Isso garante a procedência e saúde das aves”, enfatiza.

outro ponto crítico e que deve ser foco dos pequenos produtores é que em criações coloniais, ou com acesso das aves à área externa, esses os piquetes precisam ser mantidos protegidos com cercado. Esta cerca deve estar afastada pelo menos cinco metros do perímetro limite dos piquetes.

Também não deve ser permitido que as aves se desloquem livremente pela propriedade e sim mantidas em um perímetro de controle e cercado.

Os pesquisadores orientam ainda que os produtores evitem a entrada de novos exemplares de galinhas e frangos no sistema de produção. Quando isso for necessário deixe estes animais em quarentena, isolados dos demais.

“Outro item importante é que o acesso das galinhas e frangos de corte a locais de outras criações, como patos, marrecos ou aves exóticas e de vida livre deve ser evitado, uma vez que essas aves aquáticas são hospedeiras e transmissoras do vírus”, explicou Luizinho.

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