Cacique Doble – Dez indígenas foram indiciados pela Polícia Federal (PF) por envolvimento na morte de Paola Rodrigues, de 13 anos, indígena assassinada por pessoas que invadiram a casa onde ela morava na Terra Indígena Kaingang Cacique Doble, no Norte do RS, em dezembro de 2023, por conta de um conflito entre rivais na aldeia. Entenda o caso abaixo.
O relatório final da investigação foi encaminhado ao Poder Judiciário e ao Ministério Público. Os suspeitos devem responder pelos crimes de homicídio qualificado, tentativa de homicídio, uso e disparo de arma de fogo, danos qualificados e milícia privada, de acordo com a participação de cada um no caso.
A PF explica que trata-se de crime de homicídio hediondo, qualificado por motivo torpe, emprego de meios que representam perigo comum e a vítima ser menor de 14 anos. Caso sejam condenados, os réus podem receber penas de até 30 anos.
Relembre o caso
Segundo a Polícia Federal, a reserva indígena Cacique Doble tem histórico de conflitos entre grupos rivais em função da disputa de poder na aldeia, que ocorre desde 2022.
No dia 4 de dezembro do último ano, um grupo, conhecido como “parte baixa” da aldeia, teria invadido a casa de Paola, e atirando. A residência abrigava cerca de 15 pessoas, sendo a maioria mulheres e crianças.
Paola foi morta por um tiro na nuca, enquanto dois outros jovens, que também foram atingidos, sobreviveram a ferimentos.
O governo federal e representantes de dois grupos indígenas em conflito na reserva de Cacique Doble assinaram um termo de compromisso ainda no mês de dezembro para pôr fim à onda de violência na região.
Em março de 2024, a PF lançou a Operação Menés VI, que resultou na prisão de 11 suspeitos e na execução de mandados de busca e apreensão. Até 29 de agosto de 2024, todos os suspeitos haviam sido submetidos a medidas cautelares diversas da prisão. (Por G1/RS)