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Opinião: O juiz Moro acerta em apressar a prisão do ex-presidente Lula

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lula e moroNão vejo surpresa nem abuso de poder no mandado de prisão contra Lula expedido pelo juiz Sérgio Moro.
Ora, Lula já recorreu a todas as instâncias que podia recorrer, e, justamente por ser um ex-presidente da República, mereceu tratamento privilegiado na análise dos fatos, inclusive pela Corte maior do Judiciário.
Continuar recorrendo agora, com embargos ao TRF-4, seria apenas uma artimanha para retardar o inevitável. Mera formalidade para tentar adiar o momento da prisão ou encontrar algum subterfúgio jurídico para evitá-la.
Além do mais, Lula iria maximizar ao extremo sua condição de “vítima” e incitar o ódio contra o Judiciário, em atos públicos e provocativos, numa tentativa desesperada de jogar a opinião pública contra a Justiça e assim tentar reverter a decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal na quarta-feira.
Se a Justiça, apesar de todas as concessões já feitas, ainda oferece alguma possibilidade de recurso, que Lula os utilize, mas respeitando os parâmetros legais. No caso do TRF-4, entretanto, não há mais qualquer chance de reversão da pena, e por isso a medida tomada pelo juiz Sérgio Moro.
A decisão do juiz Moro é técnica e não política, como o PT quer dar a entender. Políticos, entretanto, são os atos promovidos por Lula e seus apoiadores, que, como já era esperado, vão espernear até onde der e tentar criar um clima de instabilidade política no país.
Por isso mesmo, cabe ao Judiciário, apesar da simpatia declarada de alguns ministros do STF pelo ex-presidente, não ceder à pressão e querer voltar à tona levando a plenário uma questão que já está decidida e, portanto, esgotada. O país não pode ficar andando em círculo, atrasando o debate em torno de outras questões relevantes e emperrando decisões que se fazem importantes e necessárias para o desenvolvimento do país, seja no âmbito do Judiciário, do Legislativo e do Executivo.
No caso do combate à corrupção, a prisão de Lula não pode também ficar sendo comemorada como um feito de vingança, ódio ou aniquilação de um líder político. Lula, gostem ou não seus adversários, fez muito pelo Brasil. Mas também cometeu erros e foi conivente com a corrupção. Paga, agora, portanto, por sua irresponsabilidade e pelos crimes cometidos.
Mais que um ato político, a prisão de Lula é um ato jurídico, e, mais importante que isso, um recado de que o país não tolera mais a corrupção e, logo, cabe aos poderes constituídos tomar as providências cabíveis, por mais duras que sejam e doa a quem doer.
Mais importante que ficar comemorando ou lamentando a prisão de Lula, portanto, é pressionar agora para que a Justiça fale mais alto, para que a Lava Jato seja ainda mais fortalecida e os demais corruptos sejam também julgados, condenados e presos, não importa a legenda partidária a que pertencem. A hora de todos tem que chegar. E que seja logo. Ninguém deve ser poupado.
Preso Lula, chegou a hora da verdade. A partir dessa prisão, vamos realmente ver se a Lava Jato é uma operação para destruir o PT, como querem dar a entender os petistas, ou uma ação muito maior, preocupada com o Brasil e o futuro dos brasileiros.

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