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Crianças e celulares: Por que nós pais devemos ficar atentos

Muitos dos pais e outras pessoas que convivem com crianças se surpreendem com a facilidade com que os pequenos assimilam, intuitivamente, as funcionalidades de dispositivos móveis como celulares, tablets e computadores.
Isso pode causar algum estranhamento, já que as gerações anteriores assistiram o processo gradual de ocupação da tecnologia nos espaços domésticos e em seus locais de trabalho. A maior parte, inclusive, teve uma infância livre de aparelhos tecnológicos e internet, pois apenas nas últimas décadas o acesso aos celulares e computadores pessoais se tornou mais democrático.
Assim, o contato com a tecnologia acontece cada vez mais cedo e tem contribuído para ressignificar as atividades comuns à infância. As práticas que exigiam maior atividade física vão sendo substituídas pelas formas de lazer tecnológico. Os jogos e entretenimento se tornaram a opção favorita da maior parte das crianças para passar o tempo livre.
Contudo, a grande quantidade de tempo gasto com celulares nas mãos é algo que preocupa pais e educadores. Nesse cenário, cabe o questionamento: será que, quando em excesso, uso do aparelho móvel pode causar prejuízos às crianças?

O uso excessivo do celular pode interferir no desenvolvimento infantil?
As atividades vivenciadas durante a infância contribuem para o desenvolvimento de diversas habilidades físicas, sociais e cognitivas.
Deste modo, o convívio social é um dos vários cenários possíveis para que a criança consiga se auto perceber, compreender como as relações sociais funcionam, quais são as regras de boa convivência e se familiarizar com os códigos que compõe a linguagem do grupo social em que está inserida.
Além disso, todas as outras habilidades relacionadas com as múltiplas inteligências também são, primordialmente, desenvolvidas durante essa etapa da vida. O tempo excessivo gasto com dispositivos tecnológicos acaba por ocupar um espaço preponderante no cotidiano da criança.
Consequentemente, o tempo que, outrora, poderia ser despendido na prática de atividades que contribuiriam para o desenvolvimento das habilidades mencionadas se reduz significativamente.
Todavia, até o momento, a ciência não comprovou que esse acesso precoce à tecnologia provoca, diretamente, qualquer tipo de prejuízo ao desenvolvimento infantil.
Entretanto, segundo uma pesquisa desenvolvida pelo Royal College of Pediatrics and Child Health, a forma como a criança é educada pelos pais e as atividades desenvolvidas em outros momentos de lazer são fatores essenciais para ditar se o uso de celulares representa ou não um malefício para o desenvolvimento infantil.
O resultado indica que a moderação e a exposição limitada à tecnologia são o caminho mais razoável para equilibrar o interesse infantil pelas formas de lazer tecnológicas e o tempo semanal gasto com os celulares.

Até mesmo os CEOs de grandes empresas de tecnologias, como a Apple e a Microsoft, tomaram medidas para limitar o tempo que os seus filhos gastam com dispositivos móveis. Bill Gates, por exemplo, proibiu que qualquer um deles tivesse celulares até que completassem 14 anos.
Já Steve Jobs admitiu, certa vez, em entrevista para a The New York Times que controlava rigidamente o tempo que os filhos podiam despender em atividades que envolviam o uso de iPad e iPhone, entre outros.
Se os pioneiros dos dispositivos tecnológicos demonstram preocupação com o tempo que as crianças gastam com os celulares, então, esse é um bom motivo para que você também fique atento ao tempo gasto nessa atividade.
Ficar muito tempo no celular pode afetar a saúde mental da criança?
Outro importante fator que deve ser acompanhado de perto pelos pais é o tipo de conteúdo que suas crianças acessam em seus celulares.
Além dos riscos já esperados envolvendo pedofilia e acesso a materiais de teor sexual e inadequado, é preciso considerar outras ameaças mais subjetivas e difíceis de identificar, mas que estão cada vez mais presentes no ambiente da internet.

Cyberbullying e conteúdos inadequados
O bullying virtual é uma realidade e não é incomum que os pais permitam que seus filhos pequenos em idade escolar criem perfis em diferentes redes sociais.
É esperado que eles entrem em contato apenas com familiares e amigos, mas as interações sociais, mesmo entre crianças, podem ser cruéis e perigosas.
Além disso, algumas redes sociais são especialmente populares entre crianças. O YouTube, apesar de ter uma versão para esse público com recursos especiais de controle para os pais, não consegue impedir que crianças acessem todo o tipo de conteúdo inadequado em sua versão clássica, pois os padrões da comunidade, sozinhos, se mostram ineficazes.
Deste modo, antes de permitir que o seu filho tenha um aparelho móvel com acesso à internet, é imprescindível tomar algumas providências para garantir um ambiente digital seguro tanto quanto possível.
Exposição online
Orientação quanto à exposição na internet deve ser seriamente considerada. O recomendado é que fotos sejam mantidas em status privado.
Ademais, exposição de lugares que as crianças frequentam cotidianamente e detalhes que podem indicar essas informações, como uniformes escolares e placas comerciais devem ser evitadas.
Segundo uma pesquisa realizada pela Escola Superior de Propaganda e Marketing, dos 100 vídeos mais acessados no YouTube pelos brasileiros, 36 são conteúdos direcionados às crianças de até 12 anos. Canais muito populares dessa rede social têm o público infantil como foco.
Além de consumir esse tipo de conteúdo, grande parte das crianças nutre o desejo de criar o seu próprio canal e passar a produzir conteúdo nessa plataforma. Contudo, caso decidam colocar esse projeto em prática sem a orientação e supervisão dos pais podem se expor de forma inadequada e perigosa.

Logo, além da orientação prévia é necessário acompanhar proativamente as atividades que o seu filho desenvolve ao longo do tempo que gasta com o celular na mão. Nesses casos, o diálogo é o melhor caminho para manter uma relação de confiança.
Por fim, é interessante considerar que o uso de celulares, tablets e computadores podem ser benéficos, desde que seja equilibrado com outras atividades de lazer que propiciem o desenvolvimento de outras habilidades. A moderação é sempre o caminho mais adequado para que não haja excessos e prejuízos nessa etapa tão importante da vida.
 
Fonte: Blog CriBaboo bee

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