Ao vivo Rádio Atual FM
31.8 C
Concórdia

Gilberto Tomazoni presta esclarecimentos em processo que envolve a prisão do ex-governador do RJ

Brasil – O presidente global de Operações da JBS, Gilberto Tomazoni, afirmou nesta quarta-feira em depoimento à Justiça Federal que o ex-governador Sérgio Cabral pediu à empresa que comprasse a Rica Alimentos, que comercializa frangos. A tentativa de intermediação – o negócio não foi para frente – aconteceu em 2015, quando Cabral já havia deixado o governo.
Em novembro do ano passado, quando a Operação Calicute foi deflagrada, o Ministério Público Federal (MPF) informou que havia identificado pagamentos da Rica à SCF Comunicações, empresa de Cabral; ao escritório da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo; e à LRG Agropecuária, de Carlos Miranda, apontado como operador do ex-governador. A suspeita é de que os valores foram repassados como uma forma de ocultar a possível origem ilícita do dinheiro.
Segundo Tomazoni, Cabral procurou Joesley Batista, então presidente do conselho da J&F, holding que controla a JBS, solicitando que a compra fosse feita para gerar “investimentos” para o Rio.
O executivo da JBS contou que já havia analisado o negócio outras duas vezes, e que as tratativas haviam emperrado em função da diferença de valores. O presidente da Rica, Alexandre Igayara, é réu no processo, acusado de lavagem de dinheiro e organização criminosa.

— Três meses depois (da segunda rodada de negociações), o Joesley Batista perguntou se nós tínhamos interesse no negócio do Rio de Janeiro, de frango. Eu disse que interessava, mas estava longe dos parâmetros de valor que acreditávamos (que a empresa valia). Ele (Joesley) falou: ‘Olha, parece que a empresa está em outro momento.

O ex-governador Cabral me procurou e disse que seria importante para o Rio desenvolver a atividade de frangos. Quem sabe você aprofunda e vê se, nesse momento agora, as expectativas mudaram” — lembrou o executivo, arrolado como testemunha de defesa de Igayara.
Tomazoni contou que esteve de novo com Igayara e chegou a visitar a operação da empresa, mas a negociação não prosseguiu por não ser “viável”.

— O negócio veio apresentado como de interesse do estado, como todos os estados fazem. Sempre tem interesse para desenvolver a área de avicultura, que gera nível de emprego bastante grande. Foi essa reaproximação, mas negocio acabou não ocorrendo — disse.

Em outro depoimento, o advogado Cristiano Zanin, arrolado como testemunha de defesa de Adriana Ancelmo, afirmou que a conheceu quando o escritório dela foi contratado para atuar em um caso em que ele já atuava. Ambos passaram a representar a Fecomércio em uma disputa judicial contra o Sesc. Zanin afirmou que Adriana Ancelmo teve “atuação direta” nos processos e participava de todas as reuniões que envolviam a estratégia jurídica.
O MPF também suspeita que o escritório de Adriana recebeu pagamentos da Fecomércio sem prestar o serviço efetivo, como uma forma de lavar dinheiro.
OUTRO LADO
“A JBS implementou nos últimos anos uma estratégia de aquisição de várias empresas. A Rica, maior processadora de frango do Rio de Janeiro, foi uma das empresas avaliadas. A análise ocorreu em duas ocasiões: em 2014, apresentada pela Winner International Bank, e em 2015, pela própria empresa.
A Companhia decidiu não seguir adiante na aquisição por razões comerciais, após avaliação feita por seus executivos diretamente com a Rica. Posteriormente, a oportunidade do negócio também foi mencionada a Joesley Batista pelo ex-governador Sérgio Cabral, quando este já não ocupava nenhum cargo público. A negociação não prosperou pelas mesmas razões comerciais.
O ex-governador não atuou como agente, intermediário ou corretor na negociação. Seu papel foi o de alguém que sugeriu uma empresa de seu estado como uma oportunidade de aquisição.” (Informações OGLOBO)

Participe da comunidade no Whatsapp da Atual FM e receba as principais notícias do Oeste Catarinense na palma da sua mão.

*Ao entrar você está ciente e de acordo com todos os termos de uso e privacidade do WhatsApp

Notícias Relacionadas

Em Alta