Foi muito mal recebida na Fifa a notícia de que a CBF passa por uma nova crise. A confederação atravessa um momento delicado desde que uma funcionária se licenciou por motivos de saúde, há três semanas.
De acordo com pessoas com conhecimento da situação, ela tem provas de desvios de comportamento do presidente da entidade, Rogério Caboclo. Procurada desde domingo para comentar a situação, a CBF preferiu não se pronunciar.
Para a Fifa, tão ruim quanto a situação em si, que ainda é nebulosa, foi a repercussão do fato de que Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero voltaram ao palco principal do futebol brasileiro. Os dois são considerados símbolos da “velha Fifa”, marcada por escândalos de corrupção, uma imagem da qual a administração de Gianni Infantino — eleito em 2016 e reeleito em 2019 — faz de tudo para se livrar.
Ricardo Teixeira renunciou aos cargos que ocupava no futebol em março de 2021. Seis anos depois, Del Nero foi banido pela própria Fifa de todas as atividades relacionadas a futebol.
Embora a influência da dupla seja conhecida, a cúpula da Fifa em Zurique se surpreendeu de maneira negativa ao saber que Teixeira e Del Nero participam das conversas que definem o futuro do comando do futebol brasileiro. Oficialmente a Fifa não comenta o caso.